o cheiro da minha rosa

Em horas de sono perdidas procurei encontrar letras que juntas sentissem alguma coisa. Palavras que, de uma qualquer forma, acalmam a alma. Frases que sossegam a respiração.
Tudo o que a tinta escreveu - nada. Borrões manchados num papel que suportou a raiva da saudade de dias que não voltam nunca mais. Esperei em vão. Desesperei quieta.
Poucas palavras sempre tive. Menos foram as que ofereci. A ingrata da vida lembrou-me que são cuspidas.
Mas a saudade atraiçoa , a sensação única e tão doce de levitar deixa sempre escapar aquelas mesmas palavras que dão toda a forma ao rascunho. Só para ter a certeza que percebem a mensagem.
Esqueci agora tudo o que ouvi. Esqueci todas as letras. Senti o cheiro, levitei e tremi - só.
Lembrei o sorriso envergonhado, um primeiro beijo e um abraço que me trouxe de volta à vida.

Passado, lembranças e saudade - só.
Abri o livro e cheirei pétalas sem cheiro [caí].

Hoje, e só hoje dava o mundo para ter uma rosa no para-brisas. Uma rosa a substituir palavras.

Não tive porque não mereci. Um demasiado que é pouco. E tudo desapareceu....o cheiro da minha rosa.

2 comentários:

Jane disse...

odeio velogues virados para o sentimento! O teu outro blog é bem mais fixe, PENA QUE NUNCA LÁ ESCREVAS!!!!! :P

Sandro disse...

---<---@