Curioso: como a escrita é fácil e crua e bonita quando a tristeza aparece. Curioso também: é quando nem isso se consegue fazer. Quando olhar, ouvir e ler são murros no estômago bem maiores do que um 'vai à merda'.
Há uma razão óbvia para o facto de todas as mulheres gostarem de uma história feliz ou daquele amor levado ao extremo do ridículo nos filmes. No cinema e no sofá eu torço as pernas e encolho-me e sorrio envergonhada. É a mesma razão pela qual todas as mulheres gostam sempre de alguma coisa relacionada com o termo 'lindo', como o 'enroscar-se' durante a noite a um corpo quente que a abraça e que faz a protegida sorrir.
Pensando bem, dançar no meio da rua sem música e uma flor parece fácil de entender.
No final é só porque queremos que ele seja feliz. Mesmo depois destas lutas.
| ' I was dreaming of the past. And my heart was beating fast. I began to lose control. I didn't mean to hurt you, I'm sorry that I mad you cry. I didn't want to hurt you, I'm just a jealous guy. I was feeling insecure, you might not love me anymore. I was shivering inside. I was trying to catch your eyes, through that you were trying to hide. I was swallowing my pain.' |
Tocou a campaínha do recreio. No meio da barafunda de guinchos e gritos saí para saltar à corda com as minhas amigas. Ele jogava à bola com os rapazes. Tinha o cabelo loiro e uns olhos grandes. Verdes. - Não tenho coragem - Tinha as calças coçadas nos joelhos e cheirava bem. Não sabe o meu nome e nunca me ofereceu metade do pão com queijo que comia todos os dias no recreio. Na aula de ginástica foi o meu par. Tínhamos que fazer o pino e ele segurou-me nas pernas. Disse "Não te deixo cair". Mas nunca soube o meu nome. Quando a aula acabou soou a campaínha e senti-me enjoada - Não tenho coragem - Corri até ele que fugia atrás dos amigos. Disse: "Toma". E ele agarrou no pedaço de papel. "Respondes-me amanhã".